Oftalmologia Veterinária


A cada dia, a procura pela Oftalmologia Veterinária tem aumentado, refletindo uma maior preocupação da sociedade com a qualidade de vida dos animais. Os recentes avanços científicos na área, qualificação de profissionais e o acesso a equipamentos modernos, permitem manter e, em alguns casos restituir a visão, aos nossos pacientes.
A maioria das afecções oculares é passível de tratamento, especialmente quando diagnosticada precocemente. As afecções oculares também podem refletir a presença de doenças sistêmicas que podem comprometer a vida do paciente, daí a importância de seu diagnóstico precoce.















Alterações das pálpebras





Entropio: afeta sobretudo as 
pálpebras inferiores, estas enrolam-se para dentro causando uma constante irritação, dor, infecção e inclusive úlcera da córnea. Existem raças predispostas (Rottweiler, San Bernardo, Cocker Spaniel, Shar-pei, Chow-Chow, Dogue Alemão).

Ectropio: nestes casos as pálpebras estão evertidas, deixando a descoberto uma área relativamente grande do globo ocular e exposta a factores irritantes e infecção.



Doenças da córnea

  • Queratoconjuntivite seca: é uma das patologias mais frequentes da córnea e conjuntiva (olho seco). Dá-se devido a uma inadequada produção de lágrimas por parte das glândulas lacrimais, quer pela sua destruição, por lesão na sua inervação, por medicamentos, por infecções ou traumas. O êxito do tratamento depende de uma detecção rápida dos sintomas com testes específicos e evitar que evolua até uma cegueira definitiva.
  • Úlcera da córnea: é outra patologia muito frequente devido a infecções, agentes traumáticos, cáusticos ou associada a queratoconjuntivite seca.



Glaucoma.

O glaucoma é o aumento da pressão intra-ocular que produz rapidamente degeneração do nervo óptico e da retina. É uma das causas mais comuns de cegueira irreversível em cães adultos. Normalmente manifesta-se por uma diminuição brusca da visão, dor aguda e congestão do olho, confundindo-se na etapa inicial com uma conjuntivite. Nos casos crónicos produz-se um aumento do globo ocular, com alterações degenerativas severas na retina e nervo óptico. O tratamento deverá iniciar-se rapidamente para evitar a cegueira permanente.



Conjuntivite:


 É uma inflamação ou infecção da conjuntiva que produz a congestão de um dos olhos ou ambos e em alguns casos edema, geralmente apresentam uma secreção que pode variar desde serosa, até purulenta.



                                                        

Cataratas.
A catarata é uma opacidade que se produz numa pequena estrutura transparente que está no interior do globo ocular (cristalino). É importante diferenciá-la da esclerose, processo não patológico desta estrutura ocular e que encontramos com frequência em cães geriátricos. Podem estar presentes desde o nascimento (cataratas congénitas) ou aparecer em animais jovens entre os 2-4 anos (cataratas juvenis). Por último temos as cataratas senis que se observam a partir dos oito anos de idade e produzem perda progressiva da visão.


Atrofia progressiva de retina.

A atrofia progressiva da retina em cães e gatos é uma doença degenerativa das células visuais da retina, conduzindo a uma cegueira irreversível. É hereditária e as raças mais afectadas são o Akita, Golden Retriever, Cocker Spaniel, Caniche, Setter Irlandês, Retriever do Labrador. O primeiro sinal de "alerta" é uma diminuição da visão geralmente em locais com pouca luz ou durante a noite.





Dermatite Alérgica de contato

A Dermatite Alérgica de Contato é aguda e se dá a partir do contato da pele com substancias tóxicas.
É um tipo de reação retardada devido a contato íntimo e permanente.

As lesões ocorrem em áreas de baixa densidade pilosa (inguinal, axilar, abdominal, no focinho e extremidade de orelhas) .



Causas: produtos como coleiras parasiticidas, plástico, ceras, lã, shampoos, produtos de limpeza.

Sinais clínicos: hiperemia intensa (local ou generalizada), pápulas que evoluem para crostas (devido ao prurido, que pode ser intenso ou não), mordiscamento, automutilação.



O contato deve ser longo, de pelo menos 6 meses.



O diagnóstico se dá através da anamnese, localização das lesões e sinais clínicos.

Tratamento: retirada da causa, cremes (antibiótico+antiinflamatório), antihistamíncos, corticóides...
Nunca medique seu animal por conta própria, procure sempre o médico veterinário.

Obesidade em cães e gatos

Uma das preocupações de todo dono de cão e gato consciente deve ser a obesidade. A questão é que a gordura pode levar o pet a ter vários outros problemas de saúde, como dificuldades respiratórias, triglicérides, colesterol, hipertensão, diabetes, problemas no coração e até mesmo câncer.

A forma física de todos os cães pode ser apreciada colocando a mão na zona das costelas. Estas não devem ser visíveis, ou seriam sinal de magreza, mas devem poder ser sentidas se esfregar levemente a ponta dos dedos.

Para uma avaliação mais precisa, deve consultar o veterinário que pesa, mede, observa e faz a apalpação de algumas zonas para verificar se o animal tem gordura a mais e se está convenientemente tonificado.

Algumas raças de cães raramente ganham peso a mais, como por exemplo, os cães nórdicos, há no entanto outras que parecem ser verdadeiras máquinas de triturar comida. Para piorar a situação, algumas dessas raças são propensas ao desenvolvimento de displasia, que são agravadas com o excesso de peso.



Algumas raças de cães com tendência a engordar:

  • Basset Hound
  • Beagle
  • Bichon Frisé
  • Cairn Terrier e outros terriers de porte pequeno
  • Caniche Toy
  • Cocker Spaniel Inglês e Americano
  • Dachshund
  • Dálmata
  • Dogue Alemão
  • Springer Spaniel Inglês e Galês
  • Golden Retriever
  • Labrador Retriever
  • Mastiff
  • Pug
  • S. Bernardo
  • Schnauzer Miniatura
  • Shih Tzu
  • Weimaraner
Riscos para a saúde

A quantidade de cães e gatos obesos que se vê nas ruas parece indicar que há ainda muitos donos que não conhecem os riscos a que o cão/gato está sujeito ao tornar-se obeso.

A obesidade contribui para:

Risco aumentado em cirurgias – Necessidade de uma maior dose de anestesia e menor visibilidade dos órgãos envolvidos em massa gorda;

Maior pressão sobre o coração, pulmões, rim e articulações – Quase todos os órgãos do cão têm de aumentar o seu ritmo de atividade para manter o maior volume de massa do animal.


Agravamento de doenças articulares, como a artrite – O aumento de peso faz com que o cão tenha de forçar mais as articulações para se poder movimentar. A artrite, que provoca dores intensas, pode-se desenvolver devido ao aumento da pressão sobre joelhos, anca e cotovelos. Esta condição é ainda mais preocupante nas raças de porte grande que são já predispostas a desenvolver displasias.

Desenvolvimento de problemas respiratórios em tempo quente e durante exercício – Num cão obeso os pulmões têm menos espaço para se encherem de ar e têm em contrapartida de aumentar a sua capacidade de captação de oxigénio para fornecer ar ao maior número de células no corpo.

Desenvolvimento de diabetes – Doença sem cura que pode obrigar a injecções diárias e pode levar à cegueira. A incapacidade de produção de insulina para processar os níveis aumentados de açúcar está por detrás do desenvolvimento de diabetes.

Aumento da pressão sanguínea que pode originar problemas cardíacos – O coração é um órgão bastante afectado pela obesidade. O coração tem de aumentar a sua capacidade de distribuição de sangue a muitos mais sítios que se foram criando com a acumulação de massa. Como o sangue tem de percorrer um caminhos mais longos, a força ou pressão com que é bombeado tem de aumentar.

Aumento da probabilidade de desenvolver tumores – Estudos recentes associam o desenvolvimento de cancro, sobretudo mamário ou no sistema urinário, com a obesidade.
Perda de eficácia do sistema imunulógico – As doenças virais parecem afectar de forma mais agressiva os cães com excesso de peso.


Problemas gastrointestinais – Diarreia e o aumento da flatulência ocorrem mais frequentemente em cães obesos, situação que não é agradável nem para o cão e nem para o dono.

Em suma, um animal obeso perde qualidade de vida. As doenças associadas à obesidade encurtam a vida do cão e são geralmente de tratamento dispendioso.


Situações para se estar atento:

Esterilização – Os animais castrados ou esterilizados podem aumentar de peso. Isto advêm da diminuição da actividade. O exercício deve ser estimulado e a ração ajustada, caso o cão/gato comece a engordar.

Velhice – Os cães e gatos diminuem a sua atividade quando entram na terceira idade, tal como as pessoas. Deve estar atento a flutuações no peso e falar com o veterinário caso note aumento ou mesmo perda de massa.

Atividade limitada - Os cães e gatos que tenham problemas articulares e tenham por isso uma atividade reduzida devem ser vigiados de perto pelo veterinário, para que este faça os ajustes necessários à ração e aconselhe sobre o tipo e quantidade de exercício que o animal deve fazer.

Gravidez – Não confunda aumento de peso com gravidez. Caso não saiba o porquê do aumento súbito de peso numa cadela leva-a ao veterinário. Não estipule dietas sem o acompanhamento médico.


Tratamento

Os cães e gatos obesos devem ser vigiados por veterinários. As flutuações de peso podem ser perigosas e os animais devem ter um plano adaptado ao seu caso específico, para que possam emagrecer de forma saudável. Contudo, em quase todos os casos, o tratamento passa por dieta e exercício.

Dieta

Os animais obesos devem a par de outras medidas fazer uma dieta com baixo teor calórico.

Existem rações específicas de dieta para cães que só devem ser utilizadas se forem aconselhadas pelo veterinário. Isto porque a composição destas rações é diferente das rações ditas normais e podem levar a deficiências nutricionais se os cão não necessitarem deste tipo de dieta. Contudo, os cães que não estão apenas com excesso de peso, mas encontram-se já no quadro clínico da obesidade, costumam geralmente ter de alterar a ração que consomem.

Em casos menos graves, os veterinários podem aconselhar diminuir a quantidade de ração dada ao cão. Geralmente a quantidade indicada na embalagem é um pouco acima das necessidades reais dos animais, isto aplica-se sobretudo a cães pouco activos que não desgastam aquilo que consomem.

Em todos os casos, as guloseimas fora de horas devem terminar. Por muito que custe resistir ao pedinchão, pense que está a contribuir para que o cão se torne mais saudável e feliz a longo prazo. Sofrer de artrite, por exemplo, é bastante penoso para os animais.

Exercício

Os animais obesos são menos activos do que animais com o peso ideal. O peso a mais faz com que tenham dificuldade a respirar quando se movem e o exercício começa a ser demasiado penosos para os pulmões e coração do cão.

Os passeios são a melhor forma de exercício que um cão obeso pode ter. Não esforce o cão demasiado nem insista na corrida. Se o passeio for demasiado curto, volte a sair com ele mais tarde. Aproveite o fim e o início do dia para passear, uma vez que as temperaturas altas tornam o exercício penoso para o cão.

As brincadeiras são também uma óptima forma de exercitar o cão. Buscar o pau costuma ser bastante popular entre a maior parte das raças de cães, não sendo demasiado cansativo para o dono.

Treino

Os cães pedintes devem ser re-educados para não pedirem comida. Muitas vezes este comportamento não está relacionado com fome mas sim com atenção. Os animais querem atenção e sabem que ao pedir comida quando o dono está a comer, conseguem aquilo que querem.

Com exercício e uma alimentação saudável, os animais obesos costumam recuperar a forma e aumentar assim a qualidade de vida.


Para ilustrar:

David e Derek Benton, dois irmãos ingleses de 62 e 53 anos, foram condenados a três anos de prisão, com pena suspensa, por permitirem que o cão que possuíam ficasse “excessiva e grosseiramente” gordo. Rusty, um Retriever do Labrador de cor chocolate, pesava 73 kg e não conseguia dar mais de cinco a seis passos sem parar para respirar, segundo o porta-voz da RSPCA, uma associação de defesa dos direitos dos animais que se ocupou do caso.

O caso passou-se em Janeiro de 2007 em Inglaterra, mas em Portugal, o ditado “gordura é formosura” está ainda por vezes demasiado enraizado ao ponto de os donos ainda não terem consciência dos malefícios do excesso de peso nos animais.
 
Com a população do mundo ocidental cada vez mais gorda, também os animais começam a ficar com o excesso de peso, seja porque os donos estão menos activos e o exercício com o cão é menor, seja porque partilham com os animais os lanches hiper-calóricos fora de horas.

Com exercício e uma alimentação saudável, os animais obesos costumam recuperar a forma e aumentar assim a qualidade de vida.

Sentenças à parte, serve este caso para exemplificar a seriedade do excesso de peso, os custos monetários que implica e as consequências físicas que daí podem advir tanto para donos como animal.


(fonte: pets br.com)

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Clamidiose Felina

É uma doença causada por uma bactéria intracelular denominada Chlamydophila felis, caracterizada por conjuntivite (muitas vezes unilateral), sinais ligeiros de infecção do trato respiratório superior e suave pneumonia.

Sinais Clínicos: A quemose é um sinal característico da clamidiose, observando-se conjuntivite intensa com hiperemia extrema da membrana nictante, blefarospasmo e desconforto ocular. No inicio apresenta-se somente uma leve descarga ocular serosa e blefarospasmo, evoluindo para uma descarga ocular purulenta bilateral, corrimento nasal, também purulento, e espirros ocasionais.

A hiperemia ocular pode estar presente durante vários dias no estágio inicial. A conjuntivite pode persistir por 2 meses ou mais. Viroses respiratórias podem agravar o quadro de infecção bacteriana por Chlamydophila e concomitantemente agravar a conjuntivite. Em filhotes pode causar pneumonia.


Freqüentemente, após cerca de umas duas semanas, os sintomas começam a melhorar, pois a clamidiose costuma ceder na grande maioria dos gatos doentes, havendo então uma lenta recuperação até que o animal volte a ficar disposto e ativo. Já nos gatos mais debilitados a clamidiose pode evoluir para outras patologias mais graves devido a queda de resistência que provoca.


Diagnóstico: pode ser realizado através de culturas de swab conjuntival, teste de ELISA e pesquisa de anticorpos para Chlamydophila, além de observação clínica e histórico do animal.

Tratamento: O prognóstico da doença é BOM, se o diagnóstico for realizado precocemente e realizada um tratamento adequado. Como se trata de uma bactéria gram negativa, deverá se combatida com antibióticos específicos.


Profilaxia: A vacinação não oferece completa protecção, mas reduz muito a gravidade e a frequência das infecções.

Acne Canina e Felina

A acne canina/felina é considerada um processo bacteriano profundo.

Assim como o homem, cães e gatos também podem ser acometidos pela acne, cuja frequência de ocorrência é maior em raças de pelagem curta como boxers, bulldogues, dobermans e weimaranners. Nos cães a enfermidade ocorre com maior predominância durante o primeiro ano de vida, no período de puberdade, onde ocorrem as mudanças hormonais.

Fatores predisponentes: demodicose, raça, traumatismo, imunodeficiencia, idade.

Sinais clínicos: Edema (inchaço), nodulações cutâneas, exsudação purulenta hemorrágica (secreção com pus e sangue), prurido (coceira) e dor.


                         Hipotricose (poucos pelos), que pode evoluir para alopecia (ausencia de pelos), quadros crônicos com hiperqueratose (placas duras), hiperpigmentação.



A pele  fica multinodular e cada nodulação contém 1 ou mais microabcessos que quando comprimidos deixam escapar secreção por vários orifícios. Quando há trauma na região, a secreção flui normalmente, sem precisar sequer comprimir.

                           Nos felinos a doença pode ocorrer em qualquer fase de suas vidas. Uma boa maneira de se prevenir a acne é limpar diariamente a região do queixo e lábios




Há febre, inapetencia e infartamento do gânglios regionais.

Diagnóstico: Clínico, raspado (ou coleta da secreção purulenta), cultura e antibiograma, biópsia cutânea (mais indicada nos processos graves, sem ter tido sucesso com a antibíoticoterapia - há foliculite (greve, profunda) ou furunculose.

Tratamento: Antibiótico sistemico (3 a 6 semanas)
                      Banho diário por 3 a 6 dias (só nas lesões), depois alternando para 2 em 2 dias e depois a cada 3 dias com shampoo/sabonete específicos
                     Nos processos parasitários, banhar as lesões após o banho parasiticida recomendado.

                     Creme/pomada antibiótico + antiinflamatório
                     Não fazer compressão das lesões

Dermatite Piotraumática - Dermatite Úmida Aguda

Processo Superficial que, de acordo com sua progressão, passa a ser incluído no grupo das Piodermatites Intermediárias (lesão entre pústula e microabcesso nas camadas da epiderme).
É produzido por traumatismos auto inflingidos no morder ou arranhar na tentativa de aliviar alguma dor ou prurido.

Fatores Predisponentes: parasitoses cutâneas (carrapatos, demodicose), processos infecciosos (otite, vulvovaginite, acrobustite, pododermatite).
Pode ser idiópático.

É aguda e o prurido (coceira) é o sintoma inicial. O intenso traumatismo gera severas lesões em poucas horas.



São lesões ulcerosas (1 ou 2) que ocorrem em animais de pelagem média (principalmente pastor alemão, Golden Retrivier, Labrador e são bernardo), semelhantes a queimadura por água quente. Daí ser conhecida também como "Hot Spot".



Sintomas clínicos: Hiperemia intensa (vermelhidão), algutinação dos pelos


                              Exsudação purulenta clara que se torna as vezes hemorrágica pela automutilação. O animal, nessa fase, se coça emitindo sons de dor.


                              A lesão típica é avermelhada, úmida e exsudativa
                              Ocorre principalmente na parte externa dos membros posteriores, na região cervical (pescoço) ou na face



Deve ser feito diagnóstico diferencial para Dermatofitose, Demodiciose, Candidíase Dermatofilose e neoplasias.


Tratamento: Tricotomia com tesoura, higiene local, tratar a causa predisponente
                     Uso diário de líquido adstringente como Líquido de Burrow (acetato de zinco) ou permamganato de potássio
                      Creme com antibiótico/ corticóide 
                      Pode ser necessário o uso do colar elisabetano



Intertrigo - Dermatite das dobras cutâneas

É uma infecção bacteriana (piodermite) que acomete as regiões de pregas e dobras cutâneas, tais como as pregas da face dos cães braquicefálicos ( Pug, Pequinês, Bulldog, Boxer) ou pregas labiais, peri-vulvares, caudais, axilares, inter-mamárias ou de outras regiões corpóreas em raças que possuem excesso de pele ( Shar Pei, Basset Hound) . Tais regiões formam um habitat ideal para proliferaçào bacteriana, pois são úmidas, quentes e protegidas da luz.

Ocorre maceração cutânea e crescimento bacteriano causando eritema, alopecia, pápulas, odor rançoso e filme sebáco ou purulento que recobre as regiões de pregas ou dobras. O prurido pode estar presente, bem como Malasseziose secundária.

* Facial: em animais com crânio achatado e pregas na face.

Fatores predisponentes: # O enrugamento da pele que faz com que o ducto nasolacrimal fique sinuoso. Há preenchimento do ducto com grânulos e secreções e consequente obstrução parcial ou total da drenagem da lágrima.
                                        # Conjuntivites: o processo pruriginoso (coceira) pode se estender até o globo ocular, causando conjuntivite que drena a lágrima contaminada para a pele que promoverá piodermite.



Sinais clínicos:
Hiperemia (vermelhidão) e edema (inchaço) acentuado, exsudação purulenta (com escoriação por auto mutilação : coça tanto que o animal se fere)
Hipotricose


                              

Tratamento: Cremes com antibiótico + corticóide, limpeza local, banhos com shampoo a base de peróxido de benzoíla.
Tratar a conjuntivite com pomadas/colírio, drenagem dos orifícios.

Prevenção local: higiene com gaze umedecida em soro fisiológico e secagem com pano macio.


* Labial:

Fatores predisponentes: # Labio superior maior que o lábio inferior (Poinetr, Fila) promovendo umidade constante pela saliva, com acúmulo de restos alimentares. O resultado é a fermentação e irritação da pele, que promove infecção bacteriana (pode estar associada a estomatite)
                                        #Tártaro

Sinais clínicos:
Hiperemia (vermelhidão), ocorrendo, as vezes, ulcerações puntiformes (feridas em forma de pontos)
Halitose (mau hálito)
Seborréia (saliva espessa e opaca). Na forma mais branda, o processo é somente local e no mais grave pode haver inapetência e disfagia
Pústulas são raramente visíveis.

Tratamento: Higiene da cavidade oral e da lesão com soro fisiológico. Uso de Omcilon Orabase.

Prevenção: higiene da boca duas vezes ao dia, retirada de tártaro.

                                     (agravamento do intertrigo facial, com piodermite secundária em Pastro Alemão)

* Vulvar:

Fatores predisponentes: # Infantilismo genital , obesidade, processos infecciosos urinários, vulvovaginite.


Sinais clínicos:
Hiperemia, edema, exsudação purulenta e clara, hipotricose
Ligeiro prurido (coceira) que favorece a lambedura e mordiscamento constante.
Ocorrem sintomas sistêmicos se houver processo urinário ou vulvovaginite

                                                         (excesso de pele vulvar em cadela)

Tratamento: Higiene local, tricotomia com tesoura. Pode ser dado estrogenio em casos muito particulares (em excesso há hemorragia por trombocitopenia)

* Caudal :

Fator predisponente: acomete cão de cauda enrolada

Sintomas clinicos: exsudação purulenta, hiperemia, hipotricose, prurido, escoriações (por mordiscamento)

Tratamento: higiene local, tricotomia, creme antibiótico com corticosteróide, controle de pulgas, antihistamínicos.